segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

...

E mais uma vez criei expectativas. Sempre crio expectativas para as datas. Há três anos atrás o telefone tocava. Era você aflito, afoito, gaguejando, querendo saber como eu estava. Queria me ver. Poderia estar chovendo, nevando, tempestade de areia e de vento. Não importava. Você queria me ver.

E hoje? Bom, hoje você me fala assim "até queria sair pra te ver, mas está chovendo!", "até queria sair pra te ver, mas está tarde", "até queria sair pra te ver, mas e se precisarem de mim aqui?".
Não, você não "até queria sair pra me ver"!
As coisas mudam... E mudam muito! Mas que engraçado, em mim não mudou nada a vontade de te ver. Só foi adicionada a ela um pouco de angústia.

"Não esperar nada de ninguém." Um clichê.
Odiamos clichês, tão batidos, tão manjados. Mas ao mesmo tempo, tão verdadeiros.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

....


Nunca mais seus passos na escada
Aquela voz fingindo um tom grave, mas que era puro amor
O cheirinho do café agora me lembrará você


Quando soube, queria te bater
Mas você não estava mais aqui
Eu pedi pra parar
Mas o mesmo buraco que ficou em seu pulmão
Você deixou em meu coração quando partiu

...

Descanse em paz....

terça-feira, 25 de maio de 2010

So speechless....

I can't believe what you said to me
Last night when we were alone...

 [...]

I'll never talk again
Oh, boy, you've left me speechless
You've left me speechless, so speechless


I'll never love again
Oh, boy, you've left me speechless
You've left me speechless, so speechless 
[...]

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cinza




Sempre nos entregamos, tiramos a armadura e ficamos nus esperando o abraço quente que nos ampara, com amor, com vontade... A proteção mais perfeita...

Esperava... 
Mas o vi parado... Talvez sem saber o que fazer.
Em meio àquele ambiente sujo, ameaçador, cheio de inimigos e predadores, só queria estar protegida. 
Tirei minha armadura pra recebê-lo, senti-lo e caminharmos juntos, porque sei que essa união protege mais do que qualquer metal trabalhado que eu vista.
Estendi minha mão e vi seu rosto espelhando uma hesitação em pegá-la... Isso doeu como se tivesse sido apunhalada no peito. 
O cinza e o frio só aumentaram... Minha mão esperava...
Cinza... 
Encolhi-me, procurei não desistir... Até que o frio começa a ficar insuportável...  

Hipotermia.

Foi assim que morreu algo em mim.








Que imaginação... ¬¬

quinta-feira, 13 de maio de 2010

E ficam as marcas que as palavras deixaram.... 




Queria poder apagá-las...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Namorado é aquele que o beijo encaixa
É aquele em que a mão encaixa
É aquele com que a mente encaixa
É aquele onde o coração encaixa
É aquele em que se encaixa
É aquele que encaixa
Caixa...

Os olhinhos que encaixavam nos meus...
Os dois encaixados...
O que foi isso?
Os dois doentes e sem poder
Foi a abstinência ou a febre?

Os dois com febre...
Os dois doentes...
Era a gente quente ou a quentura do coração?
Febre encaixada
A caixa...

....

Não sei o que escrevi... Ainda estou febril...

Não me chamem mais...

Sabia que não deveria estar naquele lugar...  
Uma sensação de desconforto me fazia mal. Porque estava dividida entre o querer e o não querer...

Estava escuro. Não via com clareza porque meus óculos deixei em casa, mas podia enxergar seus semblantes que estavam nos cercando. As luzes coloridas ajudavam a escapar da falta de iluminação. "Que que eu tô fazendo aqui? Era para estar em casa dorimindo! Por que eu ainda venho mesmo sabendo que é sempre a mesma idiotice? Cadê a preocupação com minha saúde?! Minha consciência vai ficar pesada pra sempre. Às vezes penso que não tenho culpa total. Divido-a com você sem que saiba."
A bebida ajuda na distração e distorção. "Se não beber pra aguentar o circo e poder entrar na palhaçada, vou acabar indo embora agora!"

Viro uma, duas tequilas, beberico cerveja... Nem sei mais... "Nossa... Como as luzes, a batida e esse ambiente predatório mexem comigo... Não sentia isso há pouco... Sei que é o alcool mexendo com meus sentidos... Conexões nervosas sendo perdidas no cérebro fazem o mundo ficar melhor e me deixam solta.... Sei que tudo é uma merda e que isso é uma porra de um prazer barato que vai durar pocuo tempo, mas quero entrar na dança. Não me culpe. A culpa é sua por não estar aqui... Agora tá divertido!"

O tempo passa, meus pés começam a não suportar ficar de pé... "Malditos sapatos! Os homens é que são felizes porque não usam salto!" 
Finalmente está na hora de despir a fantasia e ir embora. "Não é aqui que vocês encontrarão o que procuram... Não é na farsa que acaba com as badaladas que não são mais nem da meia noite, não é na bebida que te faz esquecer das dores da vida por alguns instantes, não é na música que te deixa em 'stand by'... Nem eu sei onde encontrar, mas aqui não é com certeza... A não ser que prefira viver nessa mentira o resto da vida...Mas acho que um dia a brisa do alcool vai passar e as dores dos pés não serão mais suportáveis."

Preferia estar dormindo aninhada nos seus braços e enroscando os pezinhos...